Fortaleza de Venusdite

Amalina passava pelo salão principal quando uma das amazonas a chama.

Minha senhora, uma carta chegou por parte da dama de Villeforte.

Amalina pega a carta, agradece e parte para seus aposentos para ler com mais calma.

"Querida amiga, amada mentora.

Venho com o coração inquieto informar-lhe que as forças de Coyotepec invadiram parte do território real ao norte. Indignado, o jovem e ingênuo príncipe partiu da capital e marcha para a fronteira passando pelo meu lar em busca de auxílio.

Desejo profundamente acompanhá-lo, em parte porque busco manter a integridade de nosso país, em parte porque desconfio da habilidade de guerra da nobreza.

Mentira minha. Tento negar a mim mesma. O acompanharei porque sinto que é o que devo fazer, ou perecerei em Villeforte. Foram 14 tentativas de assassinato a mim ou minhas substitutas desde nosso último encontro, todas muito bem planejadas e sem pistas de origem. Questiono se minha linhagem não está condenada pelos deuses, se nosso destino é perecer constantemente para pagar pelos inúmeros mortos que Villeforte gerou. Enfim, decidi qual será minha rota, se eu vir a cair, será lutando pelo nosso reino.

Peço-lhe auxílio para manter Polssynorsk longe do meu povo durante minha secreta ausência. Maira e Maiara me substituirão, mas não são capazes de tomar decisões complexas.

Agradeço e aguardo vossa compaixão.

Com carinho,

Melissa de Villeforte."

Amalina queima a carta e põe-se a pensar.

[Amalina] Grandes ações para dois pequenos jovens. Estarão eles realmente preparados para o destino que os aguarda?

Após o sol esconder-se e as trevas reinarem sob o céu de Venusdite, Amalina convoca sua elite de amazonas. Ao todo, dez mulheres sentam-se em torno de uma grande mesa redonda e Amalina toma a voz e inicia a discussão.

[Amalina] Obrigada por comparecerem, queridas irmãs.
Nossa irmã de Villeforte partirá em breve para uma batalha em defesa do reino. Não desejo discutir aqui se concordamos ou não esta ação, a decisão é dela. Entretanto a menina é a última da linhagem e sua ausência no território o tornará frágil, ainda que possua grandes e fortes muralhas. Confio na perícia de nossa irmã com a espada, mas temo que a cidade seja tomada. Assim, decidi auxiliar-lhe em sua ausência protegendo secretamente seus domínios, se ela vir a cair, tomarei Villeforte como nossa, se ela retornar, devolverei da forma com que a encontrei.
Minha decisão também está tomada e não admito que seja questionada. Minha substituta está bem treinada e é capaz de conduzir Venusdite. Quero apenas saber se alguém deseja me acompanhar e se podemos ter um grupo de guerrilheiras a postos, quanto mais de nós puderem se aliar, mais soldados ela poderá levar consigo. Sei que muitas de nós abominam a convivência com seres exteriores, portanto é apenas um chamado, sem autoridade, sem obrigação.

As mulheres conversam baixinho umas com as outras e um pequeno alvoroço é criado. Até que uma delas levanta a palavra.

[Dreame] Irmã, proponho que conversemos com todas as irmãs e façamos uma seleção de quem deseja e tem condições de acompanhá-la nesta jornada, podemos nos reunir amanhã, no alto sol?

Todas entreolham-se e concordam.

Muito bem! Nos vemos aqui amanhã.

E partirei com as participantes ao pôr-do sol, desejo viajar à noite para que ninguém tenha ciência de nossos movimentos. Podem ir.

Todas saem conversando e, de certa forma, questionando entre si a decisão.